terça-feira, 22 de novembro de 2011

Modelos Corporativos Globais


Em mais uma de muitas leituras sobre Modelos Corporativos de TI para ERP chamou a atenção o ainda recorrente dilema:  modelo local ou global para sustentar os negócios de empresas com uma amplitude geográfica e\ou de segmentos distintos?

A unificação de processos e práticas traz inúmeros benefícios por si só e em contrapartida consiste em um tremendo esforço  e risco de ampla adoção. Associar isto as aplicações pode alavancar os ganhos pela concretização das melhorias nas atividades reais cotidianas, atualmente em larga escala suportadas pelos sistemas. Mas é fato que este passo necessita um esforço ainda maior e uma governança singularmente eficaz para conduzir a mudança dentro da estratégia e benefícios traçados.

Simplificando poderíamos considerar 3 vertentes:
  • Modelo Global de Gestão de Processos e Melhores Práticas de Negócio: viés preponderante de excelência de negócios, colaboração e gestão de conhecimento com ganhos relativos à melhoria contínua de processos em aspectos como produtividade, padronização, âncora de programa de qualidade, sustentabilidade  e redução de custos;
  • Modelo Global de Infraestrutura de Tecnologia da Informação e Telecomunicações: viés preponderante de eficiência operacional de TI, capacidade de implementar mais segura e rapidamente soluções de infra-estrutura da tecnologia da informação e telecomunicações onde terceirização, virtualização, mobilidade, comunicação máquina a máquina podem responder a uma melhor relação de ativos e custo x nível de serviços;
  • Modelo de Aplicações e Dados Globais: modelos globais de aplicações corporativas (exemplo ERP) tendem a ter viés de arquitetura enxuta de aplicações e dados, um indicativo de eficiência operacional de aplicações e infra-estrutura dedicada a ela;
Ato continuo a pergunta seria: qual o mais indicado?

A resposta pode naufragar no lugar comum do "depende do caso...". Mas vejamos algumas considerações para não ficarmos no campo amargo das possibilidades sem rumo.

Por mais que seja óbvio, o primeiro passo é entender o que a corporação estácomprometida a fazer, o que busca para a sua Área de Tecnologia.  Definir com clareza uma estratégia diretamente associada a este direcionamento e um plano (roadmap) já ajudará bastante a seleção de iniciativas, com seus diferentes graus de intensidade de impacto e  as vezes até a convivência delas acolhendo os distintos modelos no tempo. Estes modelos portanto não são excludentes: poderá have uma interdependência mais saudável ao longo da transformação.

Por certo o Modelo Global de Aplicações (no caso do artigo, o ERP Global) não pode estar na largada desta mudança. Note que mesmo as empresa que aparentemente iniciaram por esta já praticavam uma estrutura de decisões, indicadores e processos globais em certa medida. Contudo, pelo alto custo da improdutividade e ampliação (melhoria contínua), em um dado momento resolveram escolher este caminho supostamente mais garantido de padronização e um solo consistente de processos e informações.

Logo, ter um alicerce de modelo de processos, indicadores e uma estrutura de comando global a qual irá suportar a governança, é a fundação para a jornada de construção. 

A infraestrutura por certo virá a reboque, mas pode ser iniciada com aquelas aplicações (baseada nas web ou nuvem) que por natureza já se prestam a esta característica de “local independente”.

Por certo o mais hercúleo movimento será sempre o primeiro. Todavia a consistência dos passos seguintes serão o passaporte para a sobrevivência., pois muitos modelos sofrem derrocadas se tornando regionais. 

Considere que, dentre outros desafios decorrentes, estas jornadas requerem mobilização corporativa, patrocínio de uma liderança atuante e de tempo. A prática demonstra que iniciativas longas, que demoram a gerar benefícios tangíveis no mais básico do dia a dia das áreas e pessoas envolvidas, carregam uma grande de frustração e menores chances de sucesso.

Logo é imperativo que deva-se considerar a obtenção de resultados em todas as fases. Em cada uma delas, em ciclos curtos tanto quanto possível, ter declarado qual o foco principal daquela etapa e principalmente um troféu visível para o Negócio, não somente para a área de TI.

Certa vez em um cliente, em um programa visando as unidades comerciais, fomos questionados a abrigar uma complexidade adicional de solução, pois era fundamental na opinião de um de seus integrantes que as unidades globais de produção e seus requerimentos fossem contemplados. Era justo pensar de forma mais ampla, mas o objetivo naquele momento era melhorar o atendimento aos clientes através dos processos de vendas e distribuição. 

Alongando mais o tempo da captura de ganhos e  sem considerar prioritariamente aos requerimentos do mercado e do cliente do que valeria uma maior eficiência produtiva naquele momento?



Paulo
Novembro de 2011




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