A
automação e a tecnologia via de regra estão associados a estas características
do desenvolvimento, que produz com qualidade ou baixo custo aquilo que o país e o mundo demandam ou irão demandar. Se por um lado produzem o desaparecimento de funções e
empregos podem, quando a economia cresce, gerar demanda em outras atividades, pelo
simples fato do maior volume de dinheiro circulando.
Mais
dinheiro logo maiores possibilidades de gastar além do trivial. É a lógica
geração de demanda, da sofisticação dos desejos, a engrenagem do querer a qual fez
o mundo dar o salto de riqueza nos últimos 50 anos. Mudamos a natureza preponderante de nosso esforço: da física para a mental.
Vejamos como fora a evolução da produtividade e o grande impacto das transformações de um mundo mais digital.
Vejamos como fora a evolução da produtividade e o grande impacto das transformações de um mundo mais digital.
A figura a seguir
indica que, nas quatro décadas entre 1975 e 2015, a distribuição mundial de renda
voltou a mudar drasticamente, não somente reduzindo a desigualdade, mas também
a pobreza no mundo (no gráfico quanto mais a direita maior renda).
A Coreia do Sul, um
país pobre na década de 50, exemplo do investimento em educação, tecnologia e
manufatura, hoje possui uma economia destacada. Com larga composição em
serviços e indústria de alta tecnologia, rivalizando com os japoneses, sinônimo
de eficiência e tecnologia por décadas.
O estado americano da
Califórnia ao final de 2017 era quinta economia do mundo, Segundo o professor
de economia da Universidade da Califórnia, Lee Ohanian, o forte desempenho
econômico do estado é impulsionado pela elevada produtividade dos
trabalhadores.
Brasil e América Latina continuam a mirar o padrão europeu e americano, sem, no entanto, ter a força do
PIB destas nações.
De uma outra forma os países asiáticos e do leste europeu, estes oriundos do socialismo e da indústria pesada como Rússia e Polônia, imprimem um maior volume de horas trabalhadas que por si só não parecem trazer os mesmos benefícios colhidos por automação e tecnologia.
De uma outra forma os países asiáticos e do leste europeu, estes oriundos do socialismo e da indústria pesada como Rússia e Polônia, imprimem um maior volume de horas trabalhadas que por si só não parecem trazer os mesmos benefícios colhidos por automação e tecnologia.
Já nos países de maior PIB per capita destinam menor volume de horas de trabalho, com exceção da Coreia do Sul.
O aumento da riqueza e produtividade nas últimas décadas tem sólido fundamento na melhoria de práticas de processos e na transformação digital. Através da tecnologia da informação e a automação, equipamentos (hardwares) e aplicações (softwares), oportunizou-se inúmeros benefícios para a humanidade.
A virtualização e soluções na "nuvem" ampliaram drasticamente as possibilidades de adoção da tecnologia. A aquisição da inovação tecnológica como serviço permite ciclos mais curtos de mudança e captura das melhorias almejadas. Ainda presenciaremos saltos de produtividade e riqueza talvez como nunca antes.
Contudo este novo modelo não suscita somente empolgação e esperança nas pessoas. Além do temor ao risco da inovação (nosso eterno desconforto com a mudança), o contraponto comum é dado pela preocupação social decorrente da perda de empregos, questão pautada desde a revolução industrial.
O
aumento do PIB mundial e a produtividade sofrem questionamentos devido ao crescimento
da concentração de riqueza dentro dos países, alimentando a desigualdade nas últimas
décadas. Isto ocorre principalmente em países riscos como Estados Unidos e na Europa, onde
por coincidência os maiores embates de imigrantes e nacionalistas estão se
dando. A Califórnia sofre mais
com desigualdades. Uma em cada cinco pessoas vive na pobreza (20,4%) enquanto a
média americana é 14,7%.
Mas o
que dizer de desigualdades ainda maiores como México, Rússia, Brasil e Índia sem o benefício da
produtividade e da riqueza? Poderia o modelo do século passado melhorar a vida
das pessoas nestes países ou melhor apostar na nova ordem mesmo que imperfeita?
Qualquer discussão de modelo de desenvolvimento nacional será vazia se o país não colocar na pauta a capacitação e tecnologia de ponta, aproximando centros de pesquisa e corporações, inovação e produtividade.
Sem elas o pífio desenvolvimento social ou econômico continuarão incompatíveis com nossas
esperanças. Zumbis do mercado financeiro e apostas no preto ou vermelho definitivamente não resolveremos o problema de emprego e concentração de renda.
As empresas em um mundo de aumento de riqueza precisam não apenas atender
a demanda com produtividade, mas também gerar demanda estimulando desejos pouco
ou nunca explorados. O mundo digital ainda é um vasto oceano para os
navegadores da nova ordem.
Artigos:
- https://hbr.org/2019/03/what-makes-some-people-more-productive-than-others
- http://quocientecorportativo.blogspot.com/2018/10/de-volta-avenida-brasil.html
- http://quocientecorportativo.blogspot.com/2012/11/a-produtividade-e-educacao-na-avenida.html?m=1
- https://economia.uol.com.br/noticias/afp/2017/12/14/desigualdades-crescem-no-mundo-especialmente-nos-estados-unidos.htm