A revolução digital de fato se deu quando, mais do que a disponibilidade e velocidade da informação, trouxe mudanças na relação entre pessoas, das empresas com as pessoas e em medida menor, do estado com cidadãos.
A idéia da www, circunscrita inicialmente a livre informação, se tornou a mola propulsora, o prenuncio não imaginado de um novo jeito de se relacionar, fazer negócios e lazer. Basta olhar o entranhamento de mídias sociais e mercado consumidor.
A grande teia não se restringe.
O Marketing jamais foi tão sociológico.
A política nunca antes se imaginava digital, realidade e futuro, muito mais efetiva do que aquela ligação telefônica sem graça gravada pelo candidato lhe dando um olá.
A via mais importante não é a do destino, mas a do retorno, saber o que o eleitor pensa e deseja ouvir e não o que o político pretende falar.
A grande teia se tornou mais do que observar um lugar longínquo que pode estar ao alcance dos dedos.
O propósito é transformar, influenciar, agir, saber o que o outro pensa e deseja.
Diante da derrocada dos sistemas políticos , da crise da globalização e o nacionalismo intolerante, possamos imaginar algo além da grande teia e desta primeira revolução digital: aquela que mudará visceralmente a relação das pessoas com o estado e a justiça.
Seria possível uma conectividade que pudesse expressar o desejo da coletividade e participação ativa nas decisões?
Poderíamos retirar a validade do nosso representante quando este contrariasse o ponto de vista de seus eleitores?
Os processos jurídicos poderiam ser analisados preditivamente e acompanhados tal qual um workflow logístico que entrega a encomenda na sua residência?
Participação total ou anarquia de desejos, ápice dos sintomas efêmeros já vividos?
Além da grande teia haverá uma luz ou um falso brilho de um pop-up?